Vale a reflexão
Os pais viajaram em férias e deixaram suas quatro filhas adolescentes sozinhas em casa. No início, tudo corria bem. Apesar de algumas diferenças entre elas, a casa se manteve em relativas calma e ordem. Porém, numa noite de sábado - em que haveria um grande baile onde estariam as pessoas mais ricas e os melhores partidos - as coisas se complicaram.
Uma grande discussão se iniciou entre duas das irmãs:
- Eu vou sair sozinha, você não vai comigo! - disse Política.
- Vou sim! Nossos pais determinaram que nós devemos andar o tempo todo juntas; onde uma for, a outra tem de estar! Você quer sair sozinha porque tentando esconder alguma coisa? respondeu Ética.
- Eu não agüento mais você grudada em mim Ética - rebateu Política. Eu não posso fazer nada, não posso conversar com ninguém sobre assuntos meus, que não interessam a ninguém mais. Que saco, você me cuidando o tempo todo! As pessoas a quem eu aprecio nem sempre gostam de você; te acham metida, a certinha...
- Todos os seus assuntos interessam a todas nós, sempre foi assim na nossa família!” - disse Ética, admitindo ser "certinha mesmo”.
- Calma meninas! Esse problema tem de ter uma solução que contente a todas - interveio Pragmática, a terceira irmã, agindo com a racionalidade e praticidade de sempre.
- Não adianta - insistiu Ética - sem mim ela não vai!
- Vou sim... - provocou Política. Aliás, saibas que há muito tempo eu venho saindo sozinha. Quando tu dorme, eu saio pela porta dos fundos, no escuro, pulo o muro e, disfarçada, faço tudo o que quero, por debaixo dos panos, sem ter que dar satisfações a ninguém!
- Eu já sabia! - disse Ética. Nossa prima, que anda sempre contigo, me contou...
- Traidora! - irritou-se Política. Eu devia imaginar que a Retórica ia dar com a língua nos dentes!
- “Meninas, vamos resolver isso agora. Voltem aqui! - disse Pragmática, tentando por fim ao assunto, sem sucesso, pois Política e Ética já saiam pela porta rumo ao baile, batendo boca.
Política tentava escapar e Ética corria para ficar grudada nela.
Sem ter o que fazer diante da situação, Pragmática, calmamente, começa a chamar pela quarta irmã, a que ficara encarregada pelos pais de dar a última palavra se houvesse conflitos, e que estava, como sempre, no andar de cima, em meio aos livros:
- “Jurídica! Jurídica! Desce aqui que a Ética e a Política brigaram e vai sobrar pra ti!”
- “Grande novidade... - pensou Jurídica, já conformada. Quando é que essas duas vão amadurecer e parar de me dar trabalho?!...
Por Antonio Augusto Biermann Pinto
Fonte: Jurisdição & Mediação
Os pais viajaram em férias e deixaram suas quatro filhas adolescentes sozinhas em casa. No início, tudo corria bem. Apesar de algumas diferenças entre elas, a casa se manteve em relativas calma e ordem. Porém, numa noite de sábado - em que haveria um grande baile onde estariam as pessoas mais ricas e os melhores partidos - as coisas se complicaram.
Uma grande discussão se iniciou entre duas das irmãs:
- Eu vou sair sozinha, você não vai comigo! - disse Política.
- Vou sim! Nossos pais determinaram que nós devemos andar o tempo todo juntas; onde uma for, a outra tem de estar! Você quer sair sozinha porque tentando esconder alguma coisa? respondeu Ética.
- Eu não agüento mais você grudada em mim Ética - rebateu Política. Eu não posso fazer nada, não posso conversar com ninguém sobre assuntos meus, que não interessam a ninguém mais. Que saco, você me cuidando o tempo todo! As pessoas a quem eu aprecio nem sempre gostam de você; te acham metida, a certinha...
- Todos os seus assuntos interessam a todas nós, sempre foi assim na nossa família!” - disse Ética, admitindo ser "certinha mesmo”.
- Calma meninas! Esse problema tem de ter uma solução que contente a todas - interveio Pragmática, a terceira irmã, agindo com a racionalidade e praticidade de sempre.
- Não adianta - insistiu Ética - sem mim ela não vai!
- Vou sim... - provocou Política. Aliás, saibas que há muito tempo eu venho saindo sozinha. Quando tu dorme, eu saio pela porta dos fundos, no escuro, pulo o muro e, disfarçada, faço tudo o que quero, por debaixo dos panos, sem ter que dar satisfações a ninguém!
- Eu já sabia! - disse Ética. Nossa prima, que anda sempre contigo, me contou...
- Traidora! - irritou-se Política. Eu devia imaginar que a Retórica ia dar com a língua nos dentes!
- “Meninas, vamos resolver isso agora. Voltem aqui! - disse Pragmática, tentando por fim ao assunto, sem sucesso, pois Política e Ética já saiam pela porta rumo ao baile, batendo boca.
Política tentava escapar e Ética corria para ficar grudada nela.
Sem ter o que fazer diante da situação, Pragmática, calmamente, começa a chamar pela quarta irmã, a que ficara encarregada pelos pais de dar a última palavra se houvesse conflitos, e que estava, como sempre, no andar de cima, em meio aos livros:
- “Jurídica! Jurídica! Desce aqui que a Ética e a Política brigaram e vai sobrar pra ti!”
- “Grande novidade... - pensou Jurídica, já conformada. Quando é que essas duas vão amadurecer e parar de me dar trabalho?!...
Por Antonio Augusto Biermann Pinto
Fonte: Jurisdição & Mediação
KKKKKK Legal amor, é assim mesmo que funciona...eita "familiazinha" complicada essa....kkkkkkkk
ResponderExcluirTá vendo né Dandoca!...Agente tem que educar esses meninos. Na hora "H" é só agente e a urna. Temos que escolher certo.
ResponderExcluirFantástico...
ResponderExcluirUm resumo perfeito da história da nossa politica, que sempre se esconde da ética.