Cultura do controle
O que tem o BBB 11 com a criminologia?
Primeiramente, cabe frisar que a mídia relaciona-se diretamente com os processos de criminalização; sabemos que os canais de comunicação respondem aos interesses de grupos sociais, mas poucos param pensar como os canais de comunicação reproduzam a estruturas socias. Porém, o meu raciocínio não seguirá esta linha...
Primeiramente, cabe frisar que a mídia relaciona-se diretamente com os processos de criminalização; sabemos que os canais de comunicação respondem aos interesses de grupos sociais, mas poucos param pensar como os canais de comunicação reproduzam a estruturas socias. Porém, o meu raciocínio não seguirá esta linha...
Vejo que o BBB 11 pode ser tomado com um bom exemplo para a sociedade pós-moderna, mesmo numa perspectiva criminológica.
Vamos então a Foucault. O autor mostra em Vigiar e Punir a técnica de dominação humana por meio do controle extremo da prisão. Antes dele, muito antes, o homem criminólogo já havia aprendido a classificar e dividir os criminosos com o fim de controle e regulação. A crimiologia do walfare state toma isso a sério e nos leva até onde a biopolítica criminal de Hitler pôde ir... O resto já sabemos...
Voltando ao tema ... Foucault ficou conhecido mesmo pela exposição da "disciplina carcerária" ... Só isso já seria suficiente para explicar o BBB 11. A disciplina no BBB extrapola o conteúdo do permitido e, neste sentido, chegamos aos limites de um prisão....
O BBB 11 se aparenta ainda como uma prisão ou uma instituição total (Goffman) não apenas pela limitação da liberdade, mas porque mostra a prisão como uma instância de "saber e poder"; o domínio de um saber para controlar. O jogo televisivo faz isso diante de um panóptico imaginário e real ao mesmo tempo... Somos dominados e não temos qualquer chance para crítica. A técnica do BBB não nos permite criticar o "crime" praticado por quem isolou aquelas pessoas, porque somente conseguimos ver as "pessoas". É isso... Não criticamos o programa, que em si é um desvio, porque somente nos importamos com os autores (a velha distinção entre autor e fato de novo).
É interessante observar que privatizamos o panóptico... (Por/que) Nós vivemos em um panóptico! (?)
Por Fábio Ataíde
Fonte: Blog U inverso do direito
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