O adeus ao Campeão!
Momento triste, caros amigos. Perdi o meu xandoca. Meu irmão do meio. Grande atleta e porto seguro de todos nós. Alexandre era um menino centrado, de bom senso. Amigo das pessoas simples, que o idolatrava. Foi o maior corredor de Bicicross da Paraíba. Ganhou tudo e ninguém ganhava dele. Adorava brincar com ele, e dizer-lhe que o tinha ensinado direitinho, já que eu que o ensinei a andar de bicicleta. Ele bem pequenininho, em torno de três anos, fiz com que painho comprasse um bicicletinha de cross para ele. O ensinei a andar. Fiz a primeira rampinha pra ele. E no jardim da nossa casa em Tambaú, dava-lhe as primeiras lições. Projetei uma rampinha, um pequeno dublê, com 3cm de altura, e 5 cm de distância entre uma rampa e outro. E passei alguns dias lhe ensinando, colocando ele para correr em torno do jardim e pular a pequena rampa que lhe projetei.
Crescemos fazendo esse esporte. Para onde eu ia, ele também queria ir. Já na Casa em Cabo Branco, a nossa casa era o ponto de encontro de todos os meninos da rua. E quando lá chegavam chamando por Bruno, Alexandre, ainda criança, mais novo do que eu 07 anos, sempre saia da mesa correndo. Gritassem Bruno, lá ia ele com 06 ou 07 anos correndo e se pendurando na grade que fechava com a porta dizendo que eu já ia. E pequeno, ele sempre procurava ficar próximo a mim. Adorava andar na minha bicicleta, uma caloi cross extrra light, sonho de todos os menino da época. Ele amava o esporte.
Assim, fiz painho comprar uma bicicletinha cross maior. Alexandre dava show nasi pistas. E adorava ir treinar comigo. Quando ele chegava, mesmo pequeno, era sempre a atenção. Mas quendo que chegava em casa com as medalhas das corridas, ele sempre as guardava. Há menos de um mês, ele me deu todas as medalhas que ganhei, quanod corria de bicicross. Nem eu as lembrava maisDeixei de correr e ele seguiu. Já grande, foi campeão de tudo. Foi muito melhor do que eu nas pistas. E era um campeão simples. Sem orgulhos. Todos os meninos queriam ser como ele. Hà cinco anos deixou de correr e comprou uma moto, passando a brincar de motocross. Caminho natural.
Mas ele só brincava. Não levava o esporte como profissional. Era o seu lazer. Final de semana ia para a pista, em regra na Granja de Neto, no Valentina. Na Sexta conversamos. Pois era costume meu, sempre quando chegava de Guarabira, passar na casa de mainha e painho para vê-los. Na última sexta, assim o fiz. Só estava em casa Alexandre. Estava lavando o seu carro, que eu chamava de black bull. Impecável. Sem um arranhão. Ele tinha tirado e desmontado as duas rodas trazeiras para lavar. Coisa do meu Alexandre. Era perfeccionista. Conversamos mais de meia hora. Ele me fez andar na minha moto. Já que pouco eu andava. Comprei essa moto a ele. Juro que minha intenção foi compra-la, para convencê-lo a deixar de andar na pista de motocross. Eu queria convencê-lo a fazer trilhas comigo. Morri de medo dele fazendo motocross. Ele que cuidava da minha moto, que ficava na casa de mainha. Ainda na sexta, ele reclamando de mim porque eu não andava na minha moto, disse-lhe que ia andar no domingo de manhã, fazendo trilhas com os amigos. Ele ficou de colocar gasolina na minha moto. Dei-lhe um beijo na cabeça, enquanto ele estava abaixado lavando as rodas do carro e sai para a casa da minha tia Gracinha, ao encontro dos meus pais e para tomar o meu velho cafezinho com leite. Adorava aquela situação. Eu sentia e via que Alexandre tomava contra de mim, cuidando da minha moto e me colocando para andar de moto.
Na sexta, quando ele tirou a minha moto da garagem e a ligou para que eu fosse andar pelo condomínio, disss-lhe isso. Falei, Xandoca tu agora tá tomando conta de mim, me botando pra andar de moto, como eu fazia contigo quanto tu era pequeno. Ele riu. E fui da uma voltinha, no condomínio. Muito mais para satisfazê-lo do que por vontade. Pois estava querendo ir ver os meus pais, com que ja tinha falado por telefone. Mas, eu tinha que satisfazer Alexandre, que cuidava da minha moto com tanto carinho. Fui e voltei rápido, me despedindo dele com um beijo e sua cabeça.
No sábado nos falamos por telefone. Sempre quando ele atendia, o tratava de campeão. Ontem, ele foi para a pista, como era seu hobby. Moto nova, que tinha chegado dos EUA. Todos os meninos ficavam em torno dele quando ele chegava na pista. E na primeira volta que ele deu, acidentou-se de maneira trágica. Eu estava assitindo o jogo do Flamengo, outra de suas paixões por causa de mim, quando recebi uma ligação de Tiago aos prantos dizendo que Alexandre levara uma queda e era grave.Em dois minutos estava pronto. Mas já sai de casa sabendo que era fatal. Fiz questão de ir ver o meu irmão no hospital, do jeito que ele estava. Deus me deu a tranquilidade e forças e como irmão mais velho assumi tudo. Fiz questão de vesti-lo com as minhas próprias mãos, com minha calça de motocross, as minhas luvas, minhas botas, minhas meias e uma cueca do Flamengo. Ele está partindo como um piloto. E vai deixar uma saudade danada. Alexandre era bom senso em pessoa, de uma calma franciscana, menino bom, ótimo irmão, fazia tudo para me agradar. Adorava tê-lo em casa nas lutas de UFC. Agora, vou render-lhe as ùltimas homenagens, a sua matéria. Meu irmão querido, descanse em paz meu irmão. EU TE AMO...
Que Deus o conforte professor, ao Sr e à sua família. Apenas Ele para dizer ao nosso coração as palavras e os sentimentos que podem aliviar nosso coração em hora tão extrema.
ResponderExcluirPalavras nessas horas não conseguem exprimir sentimentos, apenas Deus, pode nos dar forças.
Que Ele o guie, sempre.
"Os anjos não são desse mundo"
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ResponderExcluirDeus abênçoe você e sua familia neste momento, só Ele pode nos trazer a serenidade e o conforto, tenha fé, porque Deus cuidará de seu irmão e de você e sua familia também.
ResponderExcluirBruno, lamento muito pela morte de seu irmão Alexandre. Não há palavras que consolem o coração da gente quando a morte sorrateiramente nos rouba alguém que a gente ama.
ResponderExcluirNo entanto, minha oração é que o Espírito Santo de Deus console o seu coração e os da sua família com aquela paz que excede todo o entendimento e que vem somente do Pai.
Recordar coisas boas, virtudes e momentos singulares daqueles que partiram e que com eles partilhamos a vida é sinal de que Alexandre continuará vivo em seu coração.
Deus lhe abençoe, meu irmão.
Abraço carinhoso,
Pastor Robinson
Bruno, que texto emocionante... Nós aqui em Brasília estamos muito tristes com a partida do Alexandre. Que Deus possa confortar o seu coração e de sua Família nesse momento. Sinta-se fortemente abraçado pela nossa família: Lidiane, Lelo, Vanildo e Socorro.
ResponderExcluirDr. Bruno, que as palavras do Senhor e a presença de Deus possam confortar e acalentar seus corações. Não sabia que Alexandre era seu irmão, eu acompanhava seu trabalho. Com certeza ele está em boas Mãos.
ResponderExcluirA lealdade entre irmãos, quando verdadeira, é algo inexplicável, é um sentimento digno, respeitoso, marcante, único!
ResponderExcluirO que fica aqui, nobre amigo Bruno, é um sentimento de lealdade, de cumplicidade, de companherismo. Só quem tem um irmão assim, como o seu, o meu, e alguns outros, sabe o comprometimento que temos um com o outro; também tenho irmão mais novo e, de uma forma ou de outra, ensinei algo a ele, pedalar também; aprendemos juntos, divertimos-nos juntos... Você falou que ele tinha muito cuidado com você, sua moto, mas isso ele o tinha pois, aprendeu com um irmão que o ensinou a amar, a respeitar o outro acima de tudo. Não tive o prazer de conhecer o seu irmão, ele se formou com minha irmã, mas, suficiente foi este texto, redigido com amor, com sinceridade e, acima de tudo, com paixão.
Aqui Bruno, não só para nós, mas para ele, Alexandre, você foi o grande campeão! Tomar à frente numa situação destas, vestí-lo, e ainda como o campeão que sempre o fora; parabéns pelo seu comprometimento com o seu irmão. Agora ele, em uma outra dimensão, lá pertinho de Deus, lugar dos bons e justos, ele estará a te guiar, a torcer por você, a encorajar-te. Parabéns Bruno, Deus realmente está do seu lado, homem íntegro que és, terás o conforto merecido, a consciencia tranquila, o dever cumprido.
Que Deus te acompanhe, juntamente com sua família e amigos, e que lá de cima, com Alexandre, Ele possa conduzir com sabedoria sua trajetória.
Compartilho aqui, minha solidariedade, minhas sinceras condolencias e, desejo a família inteira, muita força e paz!
Um grande abraço!