terça-feira, 17 de julho de 2012
Primeira vez de Alexandre Andrey com uma moto
Foi na pista da Locomania, no retão do Bessa. Alexandre com uns 09 anos, dando show na pista com bicicleta. Aí chegou alguém com uma motinha e lhe ofereceu para andar. O menino já saiu dando show e andando forte. Todos se impressionaram com sua performance. Migrar da bicicleta para a moto era um caminho natural. Era o seu sonho. Valeu a pena. Amo de coração o meu irmão e a sua ausência física doí muito. Mas ele está em mim para sempre. Te amo meu Xandoca. Meu êna, como tiaguinho lhe chamava quando estava dando as primeira palavras. Meu CAMPEÃO. Te amo...
Pergunta por e-mail à Alexandre
Um amigo, para registrar os dados da Federação Paraibana de Bicicross, mandou o um e-mail para Alexandre, eis o papo
Alexandre Andrey, em dias normais de treino
Um final de semana como outro qualquer e como todos deveriam ser
Soesporte república matéria com Alexandre Andrey
O www. soesporte.com.br república matéria que foi vinculada quando Alexandre Andrey tinha 26 anos e fazia sucesso no bicicross. Ele faleceu neste domingo durante treinamento de motocross esporte que ele passou a praticar ultimamente.
Veja a matéria públicada em 2005
Pentacampeão paraibano de bicicross na categoria “Eliteman” e atual bicampeão nordestino, Alexandre Andrey Azevedo Isidro, 26, justifica seus títulos conquistados por sua paixão pelo esporte, a ponto de sua bicicleta vir num plano superior a amigos, e até mesmo, em alguns casos, à namorada e à família. Mas todos entendem. E entendem tanto que são, sem dúvida, seus maiores incentivadores para que garanta o pódio nas disputas.
“Este é um esporte muito familiar”, brinca ele. “Quando a gente olha para a arquibancada, só vê pai, mãe, irmãos, namorada …”. É assim com todos os competidores. Mas há outros apaixonados que não sejam atletas. O número de pessoas que tem ido para as pistas de bicicross cresce no País e no mundo. E o esporte também. A categoria escolhida por Alexandre Andrey, por exemplo, foi incluída na seleta lista de modalidades esportivas dos Jogos Olímpicos de 2008, que ocorrerão em Pequim, no Japão.
E as chances de Andrey chegar lá são excelentes. O paraibano, hoje em sétimo no ranking nacional, tem consciência de que pode galgar uma melhor posição. A escolha de quem representará o Brasil nas Olimpíadas será, primeiramente, com base na colocação internacional dos pilotos de bicicross, e acontecerá em 2007. Até lá, muitos saltos vão rolar. Se fosse hoje o Brasil teria direito a indicar dois pilotos.
Alexandre Andrey, que seguiu sexta-feira de madrugada, deixando João Pessoa e seguindo de avião, estará participando da etapa de Betim (Minas Gerais) do Campeonato Brasileiro de 2005. São ao todo quatro etapas. A primeira foi em Paulínia, em São Paulo. As próximas serão Betim (MG), João Pessoa e Jaraguá do Sul (SC). Na Capital paraibana, as disputam ocorrerão na pista montada ao lado do Ginásio Ronaldão, no Cristo Redentor.
A equipe que vai representar a Paraíba tem condições de conseguir um bom resultado, garante Andrey. A Paraíba está entre os quatro melhores do País. A gente vem fazendo já Campeonato brasileiro, sediando por dois anos consecutivos, já tivemos campeão brasileiro em 2003.
Agamenon Júnior é o atual vice campeão da categoria dele em 2004, eu fui vice-campeão aqui em João Pessoa. A expectativa é que os atletas paraibanos fiquem entre os primeiros, agente tem grandes chances”, afirma.
A equipe paraibana contará ainda, em Betim (MG), com Sidney Costa, Renato Brasil (cruser), Josivan Fernandes (expert), Sérgio Padilha (categoria 35/39 anos), Ivan Rui (30/34), Carolina Padilha (até 11 anos).
O otimismo de Andrey tem como reflexo na fase de preparação que ele passou, mesmo com as dificuldades encontradas, com a falta de local para treinamento, já que a pista do Ronaldão, pode podia ser utilizadas durante o período de chuvas que caíram na Grande João Pessoa. Mas, ele não desistiu e trabalhou muito a parte de musculação.
“Eu tenho me preparado bastante. Fazendo atividades na academia, e justamente por isso a gente estou indo 10 dias antes para poder fazer um treinamento específico lá na pista já que lá não está chovendo neste período”, disse Andrey acrescentando que a pista de Betim, em Minas Gerais, também tem boas condições como a do Ronaldão, considerada uma das melhores do Brasil.
“A pista onde vamos treinar é muito boa e agente espera que quando chegar lá encontre ela em condições para treinar antes da prova”.
Andrey considera como um dos pontos importantes para seu sucesso no bicicross, o relacionamento com seus colegas de competição. “Dentro da pista é cada um por si, mas fora a amizade é grande, nós fazemos sempre algumas confraternizações com pilotos de todo País. Até porque o bicicross é um esporte muito família”.
O piloto destaca os bons e maus momentos de sua carreira.
“Bons momentos eu vivi aqui na pista em João Pessoa, lá em Sorocaba, São Paulo”. No entanto, ele prefere não lembrar as más lembranças. “Eu tenho lembrança da última etapa aqui em João Pessoa, quando eu cai e fiquei em segundo. Mas os piores momentos são os acidentes, as fraturas. Apesar de que essas coisas fazem parte. O bicicross é um esporte que traz muita satisfação, por isso que os momentos ruins é difícil lembrar, os momentos bons ficam mais guardados”.
Dona Maria Eledite Azevedo, fala com orgulho das participações do filho, Alexandre Andrey. Ela tem acompanhado quase todos os eventos que o filho participa. Mas, não estará em Betim (MG). “Ele vai ficar mais de uma semana lá e as despesas são muitas. Vou esperar as competições próximas de João Pessoa”, disse dona Eledite, afirmando que sempre acompanha Andrey quando ele compete, em João Pessoa, Recife e Natal.
Formado em direito, pela Unipê, Alexandre Andrey, tem toda família ligada ao direito. Seu pai Ismaldo Isidro é advogado o mesmo acontece com sua mãe Maria Eledite. Seu irmão, Bruno Cézar Azevedo, que foi piloto de bicicross é Juiz de Direito.
Desde que começou a praticar o bicicross há quase 20 anos, sempre contou com o apoio dos pais, que patrocinam suas corridas, com deslocamento, hospedagem, equipamentos. Mas, ele faz questão de destacar que há um ano vem sendo patrocinado pela Academia Api e o programa Bolsa Atleta, que têm lhe dado todo apoio. “A Academia Api tem me dado todo suporte para meu treinamento. Também fui beneficiado pelo programa Bolsa-atleta do Governo do Estado”.
Quando Alexandre Andrey tinha cinco anos de idade ganhou sua primeira bicicleta e mão parou mais de pedalar. No início, como acontece com toda criação, era apenas curiosidade, que seu irmão Bruno César (hoje juiz de direito) já competia no bicicross. Ele ainda lembra a dada da primeira competição oficial que disputou. “Claro que sim, 26 de fevereiro de 1989 e fiquei em último lugar”.
“Mas eu comecei a correr par valer aos 9 anos, quando me tornei tri-campeão paraibano, campeão do Nordeste na época. Mas depois que acabaram com a pista que existia em Manaira, nós passamos sete anos sem bicicross praticamente”.
Com isso, Andrey deixou de competir e lamenta que isso aconteceu com outros pilotos de bicicross de João Pessoa “Eu só voltei a em dezembro de 99 na principal categoria e de lá pra cá, Graças a Deus, tenho tido bons resultados.
Fui campeão paraibano 2000,2001 e 2003, em 2002 liderei o ranking, agora em 2005 estou entre os mais bem colocados. Fui bicampeão nordestino, estou entre os oito melhores do Brasil. Agora esse ano, quero brigar mais forte para conseguir ficar entre os três melhores do País”.
O apoio da família é tudo para Andrey. “O primeiro a me apoiar foi meu irmão, mas os meus pais também me ajudaram muito, sempre incentivaram. Eles me ajudam até hoje em tudo que eu preciso. E são eles minha maior torcida, eles estão em todas as competições que podem. E com certeza dão um incentivo a mais na hora das provas”.
Fonte: Soesporte
Show do Bicicross na final campinense
Aventuras do campeão
Público marcou presença
Mesmo sem o apoio na divulgação do evento, um público de crianças, adolescentes e jovens compareceu as dependências do Parque da Criança para acompanhar os pilotos nas oito categorias disputadas durante toda à tarde de domingo. Para um dos organizadores, o piloto Teofânio Dias, a participação do público foi essencial para chamar a atenção quanto à evolução do bicicrossem Campina Grande. Dias , parabenizou o esforço dos pilotos que mesmo sem apoio estiveram presentes mostrando pegas de alto nível técnico.
No 17/24, o vencedor foi Ivandro Ventura de Campina Grande, na máster Luiz Carlos também de Campina sagrou-se vencedor, enquanto da categoria elite o grande destaque foi o favorito e campeão paraibano Alexandre Andrei que disputou acirradamente o título contra os campinenses Elton Reis (Chapeira) e Gustavo Silva.
Campina Grande, PB – Quem esteve corriqueiramente no Parque da Criança, não resistiu e acabou prestigiando a final do Campeonato Campinense de Bicicross, realizada neste domingo, 10, as margens do Açude Velho no Centro.
A Prova promovida pelo Clube de Ciclismo Campinense contou com a participação de pilotos da Paraíba e Pernambuco, e encerrou as atividades da temporada 2006 do bicicross na serra da Borborema.
A Prova promovida pelo Clube de Ciclismo Campinense contou com a participação de pilotos da Paraíba e Pernambuco, e encerrou as atividades da temporada 2006 do bicicross na serra da Borborema.
A competição contou com alguns apoios da iniciativa privada e foi disputada em oito categorias com a participação de pilotos que integram o Ranking Brasileiro do esporte, como o garoto Aluísio Neto, detentor de 9 títulos paraibanos, 3 pernambucanos e 3 campinenses na categoria 7/8. Neto fechou o ano na 6ª colocação no Ranking Brasileiro é vem se destacando como um dos principais pilotos do esporte no Brasil.
Quem também compareceu para brigar pelo titulo na categoria 5/6 foi Lindolfo Keven, piloto campinense que no Brasileiro de 2004 conquistou a 5ª colocação. A presença de jovens promessas do bicicross foi mais um detalhe que abrilhantou o evento.
Outros nomes consagrados na Paraíba estiveram marcando presença para buscar chamar a atenção das entidades públicas quanto à valorização do esporte na cidade, entre as feras de renome nacional, Alexandre Andrei, Elton Reis (Chapeira) e Gustavo Silva que encantaram o público que acompanhou a etapa final da competição.
Público marcou presença
Mesmo sem o apoio na divulgação do evento, um público de crianças, adolescentes e jovens compareceu as dependências do Parque da Criança para acompanhar os pilotos nas oito categorias disputadas durante toda à tarde de domingo. Para um dos organizadores, o piloto Teofânio Dias, a participação do público foi essencial para chamar a atenção quanto à evolução do bicicross
Teofânio acredita que para 2007 o bicicross campinense possa ser observado com outros olhos e espera que os órgãos públicos possam auxiliar, dando apoio para o desenvolvimento de campeões na cidade. “Mostramos que há grandes promessas aqui, gente que não deixa nada a dever, a competição foi de grande nível e a expectativa é que para 2007 possamos mostrar toda a força do bicicross campinense” disse Teofânio Dias.
O Favoritos mostram garra
O alto nível das disputas proporcionou “pegas” que receberam elogios pelos espectadores, que por falta de arquibancada na pista do Parque, acabaram se aglomerando nas grades laterais da pista. Os competidores disputaram o titulo nas categorias Bicicross 6/8; 9/10; 11/12; 13/14 e 15/16. Os destaques nestas categorias foram os atletas de Santa Cruz do Capibaribe-PE que levaram 10 premiações das 14 oferecidas. Campina Grande ficou com 3, enquanto João Pessoa uma.
Entre os pilotos que chamaram a atenção nas disputam estavam os favoritos Aluisio Neto, Afonso Morais, Randerson Rafael, Danilo Henrique e Uelber que venceram suas categorias.
Durante toda a tarde a expectativa do público girou em torno das três principais categorias, a 17/24, a Máster e a formula 1 do bicicross, a categoria Elite Pró-man que contou com a participação de campeões paraibanos do esporte.
Entre os pilotos que chamaram a atenção nas disputam estavam os favoritos Aluisio Neto, Afonso Morais, Randerson Rafael, Danilo Henrique e Uelber que venceram suas categorias.
Durante toda a tarde a expectativa do público girou em torno das três principais categorias, a 17/24, a Máster e a formula 1 do bicicross, a categoria Elite Pró-man que contou com a participação de campeões paraibanos do esporte.
A pista foi disputada metro a metro pelos pilotos que encararam as lombadas e curvas fechadas do circuito localizado na alça externa do Parque da Criança. A disputa acabou gerando muita rivalidade, o que garantiu o alto nível da competição para a satisfação dos que compareceram para prestigiar o evento. Acesse ainda...A relação dos primeiros colocados em cada categoria
Na categoria máster a luta foi cerrada entre os três favoritos, os campinense Luiz Carlos e Teofânio Dias, contra o piloto pessoense Josenildo Fernandes que correu representando a equipe Perfil/Mesquita academia.
Na categoria Elite/Pró-man, a mais aguardada do dia, os pilotos da primeira divisão do bicicross paraibano, Alexandre Andrei de João Pessoa e os campinenses Elton Reis e Gustavo Silva, disputaram cada centímetro da pista, proporcionando o melhor “pega” do evento. Após a corrida o piloto Gustavo Silva/Gilberto Bicicletas, lamentou não ter conseguido nas ultimas lombadas desbancar o favoritismo do atleta pessoense.
Na categoria máster a luta foi cerrada entre os três favoritos, os campinense Luiz Carlos e Teofânio Dias, contra o piloto pessoense Josenildo Fernandes que correu representando a equipe Perfil/Mesquita academia.
Na categoria Elite/Pró-man, a mais aguardada do dia, os pilotos da primeira divisão do bicicross paraibano, Alexandre Andrei de João Pessoa e os campinenses Elton Reis e Gustavo Silva, disputaram cada centímetro da pista, proporcionando o melhor “pega” do evento. Após a corrida o piloto Gustavo Silva/Gilberto Bicicletas, lamentou não ter conseguido nas ultimas lombadas desbancar o favoritismo do atleta pessoense.
Fonte: Agora Esporte
Ícone do bicicross paraibano morre durante treino com moto em JP
In memorian
Um dos principais nomes do bicicross paraibano morreu no final da tarde deste domingo enquanto treinava em uma pista no bairro do Altiplano, em João Pessoa. Alexandre Andrey, de 33 anos, que há algum tempo havia trocado de esporte e estava competindo no motocross, testava sua nova moto e ao perder o controle se chocou com um coqueiro. Atletas e dirigentes da Federação Paraibana de Bicicross (FPBX) prestaram homenagem ao piloto.
Fonte: GloboEsporte.com
Alexandre Andrey se dedicava atualmente ao motocross. Após perder o controle da moto, o piloto se chocou com um coqueiro e morreu na hora
Alexandre Andrey teve morte imediata após sofrer acidente em treino (Foto: Reprodução / TV Cabo Branco)
De acordo com o presidente da FPBX, Ivan Ruy, Alexandre testava uma nova moto especial, de 250 cilindradas, quando ao tentar passar por um obstáculo na pista perdeu o controle e se chocou com um coqueiro. Ele quebrou o pescoço e morreu na hora. A família ainda foi ao Hospital de Trauma doar as córneas do piloto.
- A Federação veio ao velório prestar uma homenagem. Alexandre Andrey foi um dos melhores pilotos que a Paraíba já teve. Participou de campeonatos brasileiros, Pan-Americanos. Contribuiu muito para o esporte. Foi um verdadeiro ícone – declarou o presidente.
O velório aconteceu no Parque das Acácias e o enterro foi às 16h, no mesmo local.
Fonte: GloboEsporte.com
segunda-feira, 16 de julho de 2012
Luto - A Partida de um Campeâo
O adeus ao Campeão!
Momento triste, caros amigos. Perdi o meu xandoca. Meu irmão do meio. Grande atleta e porto seguro de todos nós. Alexandre era um menino centrado, de bom senso. Amigo das pessoas simples, que o idolatrava. Foi o maior corredor de Bicicross da Paraíba. Ganhou tudo e ninguém ganhava dele. Adorava brincar com ele, e dizer-lhe que o tinha ensinado direitinho, já que eu que o ensinei a andar de bicicleta. Ele bem pequenininho, em torno de três anos, fiz com que painho comprasse um bicicletinha de cross para ele. O ensinei a andar. Fiz a primeira rampinha pra ele. E no jardim da nossa casa em Tambaú, dava-lhe as primeiras lições. Projetei uma rampinha, um pequeno dublê, com 3cm de altura, e 5 cm de distância entre uma rampa e outro. E passei alguns dias lhe ensinando, colocando ele para correr em torno do jardim e pular a pequena rampa que lhe projetei.
Crescemos fazendo esse esporte. Para onde eu ia, ele também queria ir. Já na Casa em Cabo Branco, a nossa casa era o ponto de encontro de todos os meninos da rua. E quando lá chegavam chamando por Bruno, Alexandre, ainda criança, mais novo do que eu 07 anos, sempre saia da mesa correndo. Gritassem Bruno, lá ia ele com 06 ou 07 anos correndo e se pendurando na grade que fechava com a porta dizendo que eu já ia. E pequeno, ele sempre procurava ficar próximo a mim. Adorava andar na minha bicicleta, uma caloi cross extrra light, sonho de todos os menino da época. Ele amava o esporte.
Assim, fiz painho comprar uma bicicletinha cross maior. Alexandre dava show nasi pistas. E adorava ir treinar comigo. Quando ele chegava, mesmo pequeno, era sempre a atenção. Mas quendo que chegava em casa com as medalhas das corridas, ele sempre as guardava. Há menos de um mês, ele me deu todas as medalhas que ganhei, quanod corria de bicicross. Nem eu as lembrava maisDeixei de correr e ele seguiu. Já grande, foi campeão de tudo. Foi muito melhor do que eu nas pistas. E era um campeão simples. Sem orgulhos. Todos os meninos queriam ser como ele. Hà cinco anos deixou de correr e comprou uma moto, passando a brincar de motocross. Caminho natural.
Mas ele só brincava. Não levava o esporte como profissional. Era o seu lazer. Final de semana ia para a pista, em regra na Granja de Neto, no Valentina. Na Sexta conversamos. Pois era costume meu, sempre quando chegava de Guarabira, passar na casa de mainha e painho para vê-los. Na última sexta, assim o fiz. Só estava em casa Alexandre. Estava lavando o seu carro, que eu chamava de black bull. Impecável. Sem um arranhão. Ele tinha tirado e desmontado as duas rodas trazeiras para lavar. Coisa do meu Alexandre. Era perfeccionista. Conversamos mais de meia hora. Ele me fez andar na minha moto. Já que pouco eu andava. Comprei essa moto a ele. Juro que minha intenção foi compra-la, para convencê-lo a deixar de andar na pista de motocross. Eu queria convencê-lo a fazer trilhas comigo. Morri de medo dele fazendo motocross. Ele que cuidava da minha moto, que ficava na casa de mainha. Ainda na sexta, ele reclamando de mim porque eu não andava na minha moto, disse-lhe que ia andar no domingo de manhã, fazendo trilhas com os amigos. Ele ficou de colocar gasolina na minha moto. Dei-lhe um beijo na cabeça, enquanto ele estava abaixado lavando as rodas do carro e sai para a casa da minha tia Gracinha, ao encontro dos meus pais e para tomar o meu velho cafezinho com leite. Adorava aquela situação. Eu sentia e via que Alexandre tomava contra de mim, cuidando da minha moto e me colocando para andar de moto.
Na sexta, quando ele tirou a minha moto da garagem e a ligou para que eu fosse andar pelo condomínio, disss-lhe isso. Falei, Xandoca tu agora tá tomando conta de mim, me botando pra andar de moto, como eu fazia contigo quanto tu era pequeno. Ele riu. E fui da uma voltinha, no condomínio. Muito mais para satisfazê-lo do que por vontade. Pois estava querendo ir ver os meus pais, com que ja tinha falado por telefone. Mas, eu tinha que satisfazer Alexandre, que cuidava da minha moto com tanto carinho. Fui e voltei rápido, me despedindo dele com um beijo e sua cabeça.
No sábado nos falamos por telefone. Sempre quando ele atendia, o tratava de campeão. Ontem, ele foi para a pista, como era seu hobby. Moto nova, que tinha chegado dos EUA. Todos os meninos ficavam em torno dele quando ele chegava na pista. E na primeira volta que ele deu, acidentou-se de maneira trágica. Eu estava assitindo o jogo do Flamengo, outra de suas paixões por causa de mim, quando recebi uma ligação de Tiago aos prantos dizendo que Alexandre levara uma queda e era grave.Em dois minutos estava pronto. Mas já sai de casa sabendo que era fatal. Fiz questão de ir ver o meu irmão no hospital, do jeito que ele estava. Deus me deu a tranquilidade e forças e como irmão mais velho assumi tudo. Fiz questão de vesti-lo com as minhas próprias mãos, com minha calça de motocross, as minhas luvas, minhas botas, minhas meias e uma cueca do Flamengo. Ele está partindo como um piloto. E vai deixar uma saudade danada. Alexandre era bom senso em pessoa, de uma calma franciscana, menino bom, ótimo irmão, fazia tudo para me agradar. Adorava tê-lo em casa nas lutas de UFC. Agora, vou render-lhe as ùltimas homenagens, a sua matéria. Meu irmão querido, descanse em paz meu irmão. EU TE AMO...
quinta-feira, 5 de julho de 2012
Tribunal de Justiça abre inscrições para cursos de especialização em parceria com a UEPB
Aprimoramento acadêmico
As inscrições para os cursos de especialização em Prática Judiciária e Planejamento e Gestão, promovidos pelo Tribunal de Justiça da Paraíba, através da Escola Superior da Magistratura - Esma, em parceria com a Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), começam nesta segunda-feira (2), e seguem até o próximo dia 10. Os dois novos cursos de pós-graduação lato sensu, destinados a magistrados e servidores do TJPB e da UEPB, oferecem 360 vagas para seis turmas que funcionarão na capital e no interior do Estado, segundo informações da Diretoria de Gestão de Pessoas do TJ.
De acordo com o edital publicado no Diário Eletrônico da Justiça, o curso de Prática Judiciária formará quatro turmas, distribuídas nas cidades de João Pessoa, Campina Grande, Patos e Cajazeiras, cada qual com 60 alunos. O curso visa qualificar a formação profissional e aperfeiçoar competências e habilidades da prática judiciária no âmbito da jurisdição local e regional. Já a Especialização em Planejamento e Gestão Pública, que formará turmas de 60 alunos em João Pessoa e Campina Grande, tem como principal objetivo capacitar recursos humanos no domínio de conhecimentos e técnicas no campo organizacional e na atuação em diferentes dimensões da administração e do gerenciamento estratégico. (Editais anexos).
As inscrições serão realizadas exclusivamente via online, através do Sistema de Controle Acadêmico da Esma, acessado por intermédio do endereço http://esma-acad.tjpb.jus.br/. Além de preencher o formulário eletrônico de inscrição, o candidato terá que enviar cópias digitalizadas dos documentos comprobatórios da formação acadêmica, atuação profissional e produção intelectual, bem como o resumo da sua proposta de trabalho de conclusão de curso. Junto ao próprio sistema também gerará o boleto bancário para pagamento da taxa de inscrição, cujo valor será de R$ 50,00 para magistrados e R$ 25,00 para servidores do TJPB e da UEPB.
O processo de seleção dos candidatos com as inscrições homologadas envolverá duas etapas de caráter classificatório. A primeira será uma prova escrita, com questões de múltipla escolha, prevista para ser aplicada em 14 de julho. A segunda compreenderá a análise do currículo e será realizada logo após a avaliação da prova. O resultado final, com a ordem de classificação dos candidatos, deverá ser divulgado no dia 20 de julho. A aula inaugural dos dois cursos ocorrerá no início de agosto.
Fonte: TJPB/UEPB
quarta-feira, 4 de julho de 2012
Sistema prisional: maior Universidade do Brasil
Dinheiro pelo ralo
A mídia vem afirmando que as duas maiores Universidades do País são a Anhanguera e a Kroton (ambas com cerca de 400 mil alunos cada uma). Na verdade, a maior Universidade que temos é o sistema prisional brasileiro, que fechou o ano de 2011 com 514 mil “alunos-prisioneiros”, distribuídos por quase 2 mil “campus” (cadeias e presídios) de aprendizagem intensiva do crime, do ódio e da violência.
Trata-se de uma Universidade que não discute a questão das cotas raciais ou sociais. A sua quase absoluta totalidade é composta de jovens negros, pardos ou brancos miseráveis, que nela ingressam entre 18 e 24 anos, ostentando grande amadorismo criminal. É na Universidade do crime que eles fazem contato com as organizações criminosas, que dominam os presídios, enfileirando-se como seus “soldados”, depois de introjetarem a cultura do crime, do desprezo e do ódio, transformando em realidade a profecia das suas carreiras criminais.
A Universidade do crime no Brasil tem recebido bastante investimento. De 500 unidades em 1990 passou para quase duas mil em 2011. Nesse mesmo período os governos municipais, estaduais e federal fecharam 19% das escolas públicas. Estamos derrubando escolas para abrir “campus” prisionais, daí nossa ridícula colocação (uma das últimas) no “ranking” educacional mundial.
A Universidade do crime tem grande futuro no nosso País porque, para além do amplo apoio da sociedade, ela vem desempenhando satisfatoriamente seus papéis (a) de geração da reincidência, algo em torno de 75% (lamenta-se a falta de comprovação empírica desse dado, mas é bem provável) e (b) de fornecimento de jovens (“soldados”) para a criminalidade organizada, que recebem nestes estabelecimentos de ensino um intenso aprimoramento na carreira criminal.
A Universidade do crime, ademais, cumpre outras funções sociais muito “relevantes”: (a) é pretexto para o discurso demagógico e ilusionista que elege ou reelege muitos políticos, (b) constitui a base de reprodução da fábrica de delinquência, (c) é o espaço privilegiado das discriminações, (d) a garantia da impunidade das outras ilegalidades praticadas pelas classes sociais superiores (dominantes), (e) o reforço do estereótipo midiático do criminoso perigoso, (f) o palco das humilhantes degradações demandadas pelo populismo penal midiático, (g) a alavanca da política criminal de extermínio, (h) o instrumento superlativo de controle social das classes marginalizadas e excluídas etc.
A Comissão de Reforma do CP (instituída pelo Senado), da qual faço parte, se de um lado teve a preocupação de buscar a proporcionalidade entre as penas, de outro, veio reforçar referida Universidade, visto que acabou não resistindo aos apelos do populismo penal midiático, que se fundamenta em pensamentos mágicos, como a crença equivocada de que mais prisões significariam (para além de vingança) menos crimes. O Brasil é campeão mundial na taxa de encarceramento (de 1990 a 2011, 472% de aumento) e, ao mesmo tempo, experimenta um dos maiores incrementos nos índices de homicídio (9,9 mortes para cada 100 mil habitantes em 1979, contra 27,3, em 2011). Prende muito (com frequência desnecessariamente), e a violência não diminui.
Fundada em causalidades mágicas, a Comissão aprovou, por maioria de votos, o endurecimento da progressão de regime: (a) 1/6 da pena como regra geral; (b) 1/3 da pena nos casos de crimes cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa ou que revele especial danosidade social; (c) 1/2 de pena quando se trata de réu primário em crime hediondo e (d) 3/5 da pena quando se trata de réu reincidente neste tipo de crime. Todos esses porcentuais, importa sublinhar, são contados sobre a pena total, não sobre o limite de 30 anos.
Na prática, o que vai representar o novo desenho da progressão de regime, caso venha a ser aprovada pelo Congresso Nacional? Ela vai contribuir substancialmente para o incremento da explosão carcerária (de gente não violenta que não deveria nela ingressar), explosão essa que não tem nada a ver com o mito de que mais presos significa menos criminalidade.
Considerando a absoluta ausência de políticas preventivas da criminalidade tradicional ou convencional, a nova explosão carcerária que se avizinha tende a contribuir para a inviabilização da convivência no Brasil, tendo em vista seus efeitos criminógenos amplamente conhecidos: geração de intensa reincidência, recrudescimento do estereótipo criminoso forjado pela mídia, incremento da criminalidade organizada, aumento da violência etc.
Por Luiz Flávio Gomes
Fonte: Carta Forense
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